segunda-feira, 22 de abril de 2013
Imperativo
Ternura
Encontre-me. Aqui, onde o caminho se divide.
No fim, encontra o solo
toca suavemente entre os dedos.
Alegria
Leve-me. Aonde você quiser. Quando você quiser.
Eu sempre quero.
Dor
Deseje-me. Diferente, de modos variados
só não me pergunte do que se trata.
As distrações de sempre, penso eu.
Experiência
Molde-me. Manipule-me.
Diga-me quem sou.
Desejo
Faça-me.
Foto: Wolney Fernandes
sábado, 20 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Sob o signo da efemeridade
Um dia, finalmente, vou deixar tudo que me prende para trás. Vou esvaziar as malas pesadas, colocar um música no bolso, criar coragem e sair porta afora. Vou superar os traumas sem deixar rastros. Vou abandonar meus medos e partir.
Vou deixar os títulos que almejo babando nas cadeiras da sala de aula e abandonar minha impaciência velada com os outros. Vou deixar que pensem o que quiserem de mim. Vou contar as verdades, letra por letra, sem medo delas ferirem quem me cerca. Vou afogar as mentiras no rio e espantar os fantasmas com sons que só as mãos dos pianistas conseguem pronunciar.
Um dia, conseguirei transformar essa atual imobilidade em movimento. Vou dizer adeus e partir deixando as amarras que me prendem penduradas na janela. Só vou querer noites de lua cheia para iluminar meus caminhos errados madrugada adentro. Viverei sob o signo da efemeridade e serei conduzido pelo sabor de uma felicidade besta, mas sincera.
E, sorrindo pela sensação boa do vento batendo no rosto, flutuar...
Foto: Wolney Fernandes
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Pequenas racionalidades
Como a brisa fria que teima em vencer paredes e toldos, ali pela quinta marcha um pensamento chega sem aviso: Talvez eu só queira voar. Com o cérebro encharcado de aleatoriedades, você se apega a pequenas racionalidades, essas preocupações mesquinhas habituais que tanto ocupam nosso tempo numa segunda-feira: voar!
Talvez, se os bons ventos soprarem à favor, minha vida finalmente exploda num carnaval que não chega nunca. Talvez, no mais simples esforço de manter o atual status quo, as melhores epifanias dos últimos 17 anos aconteçam. Talvez...
Talvez, eu só queira voar, mas não saiba para qual lado o vento vai soprar.
Imagem capturada aqui.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
As tais explicações
Por que não ignorar algumas minúcias desnecessárias da vida? Por que não se contentar com o presente? Por que a insistente vontade de explicar todas as coisas, biblicamente, cientificamente, geograficamente...?
Sempre as tais explicações.
Talvez seja preciso beijar o acaso, sentir as flutuações do humor, olhar com carinho para os caminhos [estranhos?] que começamos a percorrer sem razão lógica ou aparente.
Por que não esquecer as forças gravitacionais que nos atam firmemente ao chão, que acabam por nos impedir de olhar, um pouquinho que seja, para além do precipício? Por que não contrariar, pelo tempo necessário, os próprios totalitarismos?
Depois, eu sempre levei a vida a sério demais. É hora de lembrar o que realmente importa: que nem sairei vivo dela mesmo.
Foto: Wolney Fernandes
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