sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Memórias guardadas
Não, decididamente não há presente mais charmoso do que uma foto antiga pra gente se perder em memórias guardadas de tempos não vividos. Esta, que mostra a procissão da Festa do Divino em Lagolândia, eu ganhei de uma tia que a encontrou nos guardados da minha vó, depois que ela faleceu.
"Capturar a Vida"
Entender a vida de uma pessoa (qualquer pessoa) é uma incógnita que incomoda e atiça a curiosidade da humanidade; ou pelo menos a minha!
Talvez essa curiosidade explique, em parte, minha predileção por livros de cartas e diários. Esse tipo de produção literária me comove e intriga tanto que outro dia que perguntei: Por que me afetam dessa forma? As respostas seriam variadas, abundantes e contraditórias entre si, mas o fato é que isso acontece.
Escritora compulsiva, Sylvia Plath jogava em seus cadernos todos os detalhes, pensamentos, considerações e ações pelas quais passava, desde os 13 anos até dias antes de morrer. De maneira enfática ela escreveu: “É impossível ‘capturar a vida’ se a gente não mantém diários.”
É possível dizer que nestas páginas estão contidas as chaves para se entender o desenvolvimento da vida? Talvez não. O que acontece é que quanto mais páginas escritas, quantos mais detalhes acumulados, quanto mais pensamentos assimilados, mais as incógnitas aumentam em ritmo, tamanho, profundidade e espacialidade possíveis em relação diretamente proporcional.
Me pergunto também se estes autores de cartas e diários - assim como eu, neste blog - não optaram por registrar em seus diários apenas as melhores partes daquilo que foram. Me parece certo que o indíviduo ao menos suspeitasse que seu diário seria lido por outras pessoas depois de sua morte.
O que deixar escrito sobre si para um provável leitor indefinido/aleatório do futuro? A minha resposta pode ser encontrada aqui, nestes instantes possíveis.
Talvez essa curiosidade explique, em parte, minha predileção por livros de cartas e diários. Esse tipo de produção literária me comove e intriga tanto que outro dia que perguntei: Por que me afetam dessa forma? As respostas seriam variadas, abundantes e contraditórias entre si, mas o fato é que isso acontece.
Escritora compulsiva, Sylvia Plath jogava em seus cadernos todos os detalhes, pensamentos, considerações e ações pelas quais passava, desde os 13 anos até dias antes de morrer. De maneira enfática ela escreveu: “É impossível ‘capturar a vida’ se a gente não mantém diários.”
É possível dizer que nestas páginas estão contidas as chaves para se entender o desenvolvimento da vida? Talvez não. O que acontece é que quanto mais páginas escritas, quantos mais detalhes acumulados, quanto mais pensamentos assimilados, mais as incógnitas aumentam em ritmo, tamanho, profundidade e espacialidade possíveis em relação diretamente proporcional.
Me pergunto também se estes autores de cartas e diários - assim como eu, neste blog - não optaram por registrar em seus diários apenas as melhores partes daquilo que foram. Me parece certo que o indíviduo ao menos suspeitasse que seu diário seria lido por outras pessoas depois de sua morte.
O que deixar escrito sobre si para um provável leitor indefinido/aleatório do futuro? A minha resposta pode ser encontrada aqui, nestes instantes possíveis.
Desenhos ao telefone
Vontades Introvertidas
Eu fui (e ainda sou) um rapaz calado. Adolescente com grandes olhos que percorriam terreiros, estradas, rodapés... e nunca os horizontes. Roupas engomadas, sem cor. Aquela forma de sentar com as mãos cruzadas sobre as pernas e costas arqueadas.
Aquele que se escondia na alegria dos desenhos riscados em troca de amizades de recreio. O garoto desengonçado, meio gago, que crescia no banco da igreja lendo estórias em quadrinhos.
Os sonhos porém eram muito vivos, de um brilho profundo que refletiam misteriosas ondas de inquietação que se podia sentir à distância. Alegria, confusão, tristeza e compreensão, tudo era possível sentir nas marés daquele olhar solitário.
Vontades introvertidas de voar de cima do pé do Flamboyant para alcançar os espaços que lhe eram negados. Flutuar por sobre os medos, acenando para a própria imagem refletida neles. Ir além do morro da torre de TV para vir a ser, quando crescesse, o moço/menino feliz!
Imagem: Wolney Fernandes
Aquele que se escondia na alegria dos desenhos riscados em troca de amizades de recreio. O garoto desengonçado, meio gago, que crescia no banco da igreja lendo estórias em quadrinhos.
Os sonhos porém eram muito vivos, de um brilho profundo que refletiam misteriosas ondas de inquietação que se podia sentir à distância. Alegria, confusão, tristeza e compreensão, tudo era possível sentir nas marés daquele olhar solitário.
Vontades introvertidas de voar de cima do pé do Flamboyant para alcançar os espaços que lhe eram negados. Flutuar por sobre os medos, acenando para a própria imagem refletida neles. Ir além do morro da torre de TV para vir a ser, quando crescesse, o moço/menino feliz!
Imagem: Wolney Fernandes
Instantes Anteriores
a) Num fim de tarde "desguardar" aquilo que o coração carrega como movimento que o ajuda a pulsar;
b) Sentir nas conversas sinceras os solavancos da vida lutando para não se esvair;
c) Correr entre bocas abertas e desesperadas, enchendo as mãos com esperanças mais pequenas para devolvê-las ao lugar onde sabia que deveriam estar;
d) Reconhecer que, embora desencontrada e redimensionada, a paixão permanecia, certa e imensa.
Foto: Wolney Fernandes
b) Sentir nas conversas sinceras os solavancos da vida lutando para não se esvair;
c) Correr entre bocas abertas e desesperadas, enchendo as mãos com esperanças mais pequenas para devolvê-las ao lugar onde sabia que deveriam estar;
d) Reconhecer que, embora desencontrada e redimensionada, a paixão permanecia, certa e imensa.
Foto: Wolney Fernandes
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Querência
O que mais ele desejava era apaixonar-se por alguém de olhos sinceros. Aqueles com uma cor clara e que, dilatados ou não, refletissem a alma, sem truques. Esperou muito por isso. Ansiou por essa pessoa de gestos limpos e lavados, como frutas descascadas, que embalasse seu presente em colos mornos com a paciência de quem une pétalas em rosas de papel crepom. Alguém que teria nome único, difícil de chamar e com apelido para simplificar. Um cúmplice de lembranças infantis e de desejos contidos no mais banal cotidiano. Com antebraços de abraçar, cabelos de cafuné, que não usaria ouro ou prata e choraria em silêncio diante de aquarelas e telas cinematográficas. Refugiar-se-ia em fortalezas inalcançáveis de solidão, de onde sairia mais feliz e leve, sem ressentimentos, pois que o bailado da liberdade seria natural e procurado como o ar e a água de beber.
Foto: Wolney Fernandes
Foto: Wolney Fernandes
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Infinitas Graças
Texto que acompanha a imagem:
"São Judas Tadeu, venho te dar graças por livrar-me de uma situação difícil e poder me esconder a tempo para que meu compadre não me encontrasse com sua mulher em sua cama. Te ofereço isto porque ele nunca se deu conta que é um corno. Juro que nunca mais vou voltar a fazer isto. Perdoa-me, mas o corpo é do demônio. G.R. Tacubaya, México D.F. 28 de Maio de 1989."
Imagem retirada do livro "Infinitas Gracias" de Alfredo Vilchis Roque
"São Judas Tadeu, venho te dar graças por livrar-me de uma situação difícil e poder me esconder a tempo para que meu compadre não me encontrasse com sua mulher em sua cama. Te ofereço isto porque ele nunca se deu conta que é um corno. Juro que nunca mais vou voltar a fazer isto. Perdoa-me, mas o corpo é do demônio. G.R. Tacubaya, México D.F. 28 de Maio de 1989."
Imagem retirada do livro "Infinitas Gracias" de Alfredo Vilchis Roque
sábado, 23 de agosto de 2008
Tudo sobre minha mãe
O Filme:
Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre, Espanha, 1999)
Grande questão:
A paternidade pode virar maternidade?
Detalhes preciosos:
1. Os padrões, desenhos e arabescos dos papéis de parede e azulejos dos cenários;
2. As referências do filme "A Malvada" com Bette Davis;
3. O texto encenado no palco pela personagem Huma Hojo (Marisa Paredes) no final do filme.
Frase:
"Ficamos mais autênticos quanto mais nos parecemos com o que sonhamos"
Música:
Tajabone - Ismael Lo
Cena que adoro:
O monólogo de Agrado. Clique aqui para ver.
Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre, Espanha, 1999)
Grande questão:
A paternidade pode virar maternidade?
Detalhes preciosos:
1. Os padrões, desenhos e arabescos dos papéis de parede e azulejos dos cenários;
2. As referências do filme "A Malvada" com Bette Davis;
3. O texto encenado no palco pela personagem Huma Hojo (Marisa Paredes) no final do filme.
Frase:
"Ficamos mais autênticos quanto mais nos parecemos com o que sonhamos"
Música:
Tajabone - Ismael Lo
Cena que adoro:
O monólogo de Agrado. Clique aqui para ver.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Menino levado ou velado menino?
Parque dos Desejos
Dia desses, em minhas caminhadas pelo parque, minha alma era só desejos.
Desejei que as madrugadas, com sereno e neblina, desenhassem sobre as colinas sinais de otimismo.
Desejei que cada cascata cantasse seu próprio sentido em cada ouvido.
Desejei que os pássaros fizessem sinfonia no espaço, que o beijo e o abraço sempre provocassem arrepios e formigamentos.
Desejei todas as cores e o laranja das alegrias internas, surgindo sob a poeira, avançando sobre o capim seco.
Desejei sonhos e poesias escritas, dança e letras de cantos...
Desejei surpreender, causar espanto naqueles que me duvidam.
Desejei que todo dia, nasça com a claridade tênue da manhã, uma imensa gargalhada contando cada segredo.
Imagem: Wolney Fernandes
Desejei que as madrugadas, com sereno e neblina, desenhassem sobre as colinas sinais de otimismo.
Desejei que cada cascata cantasse seu próprio sentido em cada ouvido.
Desejei que os pássaros fizessem sinfonia no espaço, que o beijo e o abraço sempre provocassem arrepios e formigamentos.
Desejei todas as cores e o laranja das alegrias internas, surgindo sob a poeira, avançando sobre o capim seco.
Desejei sonhos e poesias escritas, dança e letras de cantos...
Desejei surpreender, causar espanto naqueles que me duvidam.
Desejei que todo dia, nasça com a claridade tênue da manhã, uma imensa gargalhada contando cada segredo.
Imagem: Wolney Fernandes
Retrato de Frida Kahlo
Obra Contemporânea
Sinal de Vida
Querida Sofia,
repetidamente te escrevo para dizer que o pequeno corte no coração, provocado pela partida de antes, cicatrizou. Coração cicatrizado, contato praticamente cortado e de novo, a intensidade contida nos instantes possíveis. Você sabe que sempre tive vocação para o sonho acordado... mesmo em tempos assim. Não é bem isso que quero dizer nesse bilhete com jeito de carta, mas fico sempre tentado a repetir.
Sabia que depois que os caminhos foram reabertos, pensei em visitar você? Mas tive medo de encontrar a porta trancada e uma coroa de flores anunciando notícias tristes, já que você não me responde mais.
Talvez essa não-resposta seja um pacto silencioso para não mais falarmos de coisas tristes, acertei? Olha... eu até emagreci. Não o suficiente, ainda! Pois é... alguns dizem que foi o mestrado. Eu prefiro pensar que foi força de vontade mesmo. Sempre desejei um corpo mais esguio, onde as roupas não se sentissem intrusas, mas parte harmoniosa do conjunto. E você precisa ver. Tenho caminhado sempre que posso. Voltas pelo bosque, músicas cantaroladas e borrifos de água no rosto.
Ontem fui ao cinema. Lembrei de você, embora o filme tenha me parecido açucarado, com gosto de propaganda norte-americana. Tempos estranhos esses. Querem nos fazer acreditar num mundo novo, mas esse fim de década me cheira azedo, nauseabundo. Sabe aquela sensação de perda de tempo? Pois é... saí do cinema assim. A outra novidade é que agora tenho tido vontade de dançar. É bom ouvir música e tirar o pé do chão.
Dê sinal de vida!
Beijos detetives!
Wolney
PS. 1: Já parou pra pensar que nem tudo nessa vida fica tão bem explicado quanto deveria?
PS. 2: O Rafael mandou um abraço para você da última vez que nos falamos pelo MSN. Fiquei curioso: de onde você o conhece?
repetidamente te escrevo para dizer que o pequeno corte no coração, provocado pela partida de antes, cicatrizou. Coração cicatrizado, contato praticamente cortado e de novo, a intensidade contida nos instantes possíveis. Você sabe que sempre tive vocação para o sonho acordado... mesmo em tempos assim. Não é bem isso que quero dizer nesse bilhete com jeito de carta, mas fico sempre tentado a repetir.
Sabia que depois que os caminhos foram reabertos, pensei em visitar você? Mas tive medo de encontrar a porta trancada e uma coroa de flores anunciando notícias tristes, já que você não me responde mais.
Talvez essa não-resposta seja um pacto silencioso para não mais falarmos de coisas tristes, acertei? Olha... eu até emagreci. Não o suficiente, ainda! Pois é... alguns dizem que foi o mestrado. Eu prefiro pensar que foi força de vontade mesmo. Sempre desejei um corpo mais esguio, onde as roupas não se sentissem intrusas, mas parte harmoniosa do conjunto. E você precisa ver. Tenho caminhado sempre que posso. Voltas pelo bosque, músicas cantaroladas e borrifos de água no rosto.
Ontem fui ao cinema. Lembrei de você, embora o filme tenha me parecido açucarado, com gosto de propaganda norte-americana. Tempos estranhos esses. Querem nos fazer acreditar num mundo novo, mas esse fim de década me cheira azedo, nauseabundo. Sabe aquela sensação de perda de tempo? Pois é... saí do cinema assim. A outra novidade é que agora tenho tido vontade de dançar. É bom ouvir música e tirar o pé do chão.
Dê sinal de vida!
Beijos detetives!
Wolney
PS. 1: Já parou pra pensar que nem tudo nessa vida fica tão bem explicado quanto deveria?
PS. 2: O Rafael mandou um abraço para você da última vez que nos falamos pelo MSN. Fiquei curioso: de onde você o conhece?
Imagens do Mundo
Imagens de diversas partes do mundo trazidas para mim:
A - Panamá (presente da Carmem)
B - Venezuela (presente do Rezende)
C - África (presente da Vanildes)
D - França (presente do Edilson)
E - Itália (presente do Frei Dorcílio)
F - Estados Unidos (presente da Leda)
G - Chile (presente da Gardene)
H - Austrália (presente do Fernando)
A - Panamá (presente da Carmem)
B - Venezuela (presente do Rezende)
C - África (presente da Vanildes)
D - França (presente do Edilson)
E - Itália (presente do Frei Dorcílio)
F - Estados Unidos (presente da Leda)
G - Chile (presente da Gardene)
H - Austrália (presente do Fernando)
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Escrever com Imagens
Em minha prova de Integração Social do ano de 1982, a última questão era bem clara: "Desenhe uma planta completa".
Desenhei.
A professora não considerou a imagem, me deu metade da nota e acabou por "Escrever uma planta completa".
Quando será que as pessoas vão perder o medo de navegar nas imagens sem precisar de textos tradicionais para orientá-las?
Será que agora, no Mestrado em Cultura Visual, vão me deixar raciocinar com imagens?
Imagem: Wolney Fernandes
Vontades
Açúcar ou sal? Agridoce? Talvez a vida seja apenas isso. Uma sucessão de expectativas e frustrações. Tudo muito simples, sem necessidade de maiores explicações.
Fico aqui, diante do monitor, imaginando como seria ter beijo-de-boa-noite e carícia-da-manhã-cedinho... e talvez assim eu sinta em plenitude uma espécie de presença na ausência. A memória da pele que atravessa os tecidos e corre no sangue, mistura de lucidez com insensatez (dois lados da mesma moeda).
Talvez isso nunca devesse aparecer escrito nesse blog, mas é para registrar, de modo claro e singelo (como o teu olhar no meu), uma vontade de tudo.
Foto: Wolney Fernandes
Fico aqui, diante do monitor, imaginando como seria ter beijo-de-boa-noite e carícia-da-manhã-cedinho... e talvez assim eu sinta em plenitude uma espécie de presença na ausência. A memória da pele que atravessa os tecidos e corre no sangue, mistura de lucidez com insensatez (dois lados da mesma moeda).
Talvez isso nunca devesse aparecer escrito nesse blog, mas é para registrar, de modo claro e singelo (como o teu olhar no meu), uma vontade de tudo.
Foto: Wolney Fernandes
Colecionadora de Palavras
- Ela colecionava palavras - disse o corretor um tanto apressado para explicar a parede repleta de traços desconexos. O quarto era frio, úmido, mesmo no verão. Miguel inspirou o ar mofado, pensando em sua busca por um apartamento, uma casa, uma casca. Há dias, entrava em mundos outros e ia descobrindo vidas que apenas adivinhava.
Sem informação a respeito da biografia dos antigos moradores, esboçava personagens de acordo com o estado do banheiro, do piso, da cozinha... o apartamento da moça que colecionava palavras era triste. Perguntou ao corretor se ela havia morrido. Ele não sabia, ou disfarçou muito bem.
Tentou formar frases com os tais rabiscos. Não foi possível.
Pedra,
sonho,
borboleta,
chuva,
lástima,
lágrima,
meiguice,
triste,
espelho,
e aí seguiam em linhas tortas e com a mesma letra trêmula, sofrida.
Passou o resto da tarde pensando na tal colecionadora. Solitária deveria ser, num prédio decadente, de esquina, no centro. Lembrou do que o melhor amigo disse: "será que escolhemos nossa vida ou nossa vida nos escolhe?"
E mais adiante completou o pensamento: "Não faça de sua nova casa uma casca. Não se enterre lá, como costuma fazer quando quer evitar os encontros..."
Ficou com medo de terminar sozinho ou acabar colecionando fragmentos de coisas acontecidas por receio de apagá-las da memória. Guardar para lembrar que viveu... acumular estímulos para fazer sentido.
Imagem: Wolney Fernandes
Sem informação a respeito da biografia dos antigos moradores, esboçava personagens de acordo com o estado do banheiro, do piso, da cozinha... o apartamento da moça que colecionava palavras era triste. Perguntou ao corretor se ela havia morrido. Ele não sabia, ou disfarçou muito bem.
Tentou formar frases com os tais rabiscos. Não foi possível.
Pedra,
sonho,
borboleta,
chuva,
lástima,
lágrima,
meiguice,
triste,
espelho,
e aí seguiam em linhas tortas e com a mesma letra trêmula, sofrida.
Passou o resto da tarde pensando na tal colecionadora. Solitária deveria ser, num prédio decadente, de esquina, no centro. Lembrou do que o melhor amigo disse: "será que escolhemos nossa vida ou nossa vida nos escolhe?"
E mais adiante completou o pensamento: "Não faça de sua nova casa uma casca. Não se enterre lá, como costuma fazer quando quer evitar os encontros..."
Ficou com medo de terminar sozinho ou acabar colecionando fragmentos de coisas acontecidas por receio de apagá-las da memória. Guardar para lembrar que viveu... acumular estímulos para fazer sentido.
Imagem: Wolney Fernandes
Ato V, cena II
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Sete Baladas
01. The heart of the matter - Eagles
02. Si tu no vuelves - Shakira e Miguel Bosé
03. Paradise (not for me) - Madonna
04. O seu amor - Mara Maravilha
05. Across the Universe - Rufus Wainwright
06. Frisson - Roupa Nova
07. Só Você - Fábio Jr.
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/index.php
02. Si tu no vuelves - Shakira e Miguel Bosé
03. Paradise (not for me) - Madonna
04. O seu amor - Mara Maravilha
05. Across the Universe - Rufus Wainwright
06. Frisson - Roupa Nova
07. Só Você - Fábio Jr.
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/index.php
domingo, 17 de agosto de 2008
Moral da História
Depois de alguns ensaios que foram assassinados pela minha falta de tempo, por falta de palavras ou por preguiça mesmo, nasceu este texto, que tem nome esquisito, mas tem gosto saboroso e sonhador de quem sempre se sente um aprendiz.
01h28 da madrugada. Estou no meio do caos instaurado por mim em meu quarto: tênis debaixo do guarda-roupa, caixa de fotos perto da porta (sem nenhuma foto dentro porque estão todas espalhadas pela mesa e adjacências), fio dental em cima da mesa do computador, "cadeira-cabide" com uma pilha de roupas usadas penduradas, papéis cortados pela cama, pincéis no banheiro, livros aos montes pelo chão, lixeira transbordando, gavetas que insistem em não fechar em função do entupimento provocado pelas “tralhas” que as preenchem. Enfim, uma zona intransitável.
Pra completar a cena estou eu saboreando uma deliciosa nectarina (fruto da mistura de pêssego com ameixa vermelha) com meu coração sereno. O som toca Lizz Wright e embala essa minha indolência típica dos tempos de calmaria. Pensei em organizar esse caos, mas desisti ao adentrar na bagunça. Ela não me atinge como antes, pelo contrário... relaxa.
Decido aproveitar esse momento incomum. Passo o pé jogando toda a papelada que está sobre minha cama no chão e, sem tirar a colcha, deito de roupa e tudo. Entendo que dentro de mim tudo está paradoxalmente assentado. Hoje, pelo menos, o caos é apenas externo. Ele não me contagia.
Fecho os olhos e faço a pergunta mentalmente: como estou? Feliz, eu diria!
Levanto de supetão, troco o CD e junto com a Zélia Duncan começo a cantarolar: “...e então a moral da história vai estar sempre na glória de fazermos o que nos satisfaz...”
Imagem: Wolney Fernandes
01h28 da madrugada. Estou no meio do caos instaurado por mim em meu quarto: tênis debaixo do guarda-roupa, caixa de fotos perto da porta (sem nenhuma foto dentro porque estão todas espalhadas pela mesa e adjacências), fio dental em cima da mesa do computador, "cadeira-cabide" com uma pilha de roupas usadas penduradas, papéis cortados pela cama, pincéis no banheiro, livros aos montes pelo chão, lixeira transbordando, gavetas que insistem em não fechar em função do entupimento provocado pelas “tralhas” que as preenchem. Enfim, uma zona intransitável.
Pra completar a cena estou eu saboreando uma deliciosa nectarina (fruto da mistura de pêssego com ameixa vermelha) com meu coração sereno. O som toca Lizz Wright e embala essa minha indolência típica dos tempos de calmaria. Pensei em organizar esse caos, mas desisti ao adentrar na bagunça. Ela não me atinge como antes, pelo contrário... relaxa.
Decido aproveitar esse momento incomum. Passo o pé jogando toda a papelada que está sobre minha cama no chão e, sem tirar a colcha, deito de roupa e tudo. Entendo que dentro de mim tudo está paradoxalmente assentado. Hoje, pelo menos, o caos é apenas externo. Ele não me contagia.
Fecho os olhos e faço a pergunta mentalmente: como estou? Feliz, eu diria!
Levanto de supetão, troco o CD e junto com a Zélia Duncan começo a cantarolar: “...e então a moral da história vai estar sempre na glória de fazermos o que nos satisfaz...”
Imagem: Wolney Fernandes
O que é a Vida?*
A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais. (...) A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia.
Pisca e mama;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?
Monteiro Lobato
(*) Diálogo entre Emília e Visconde de Sabugosa xerocado do blog do Cláudio.
Imagem capturada em http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0182b.htm
Pisca e mama;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?
Monteiro Lobato
(*) Diálogo entre Emília e Visconde de Sabugosa xerocado do blog do Cláudio.
Imagem capturada em http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0182b.htm
sábado, 16 de agosto de 2008
Nuances de um coração sem medos
Não, não há explicação! Pelo menos não aquela que, enredada na lógica cartesiana, banaliza as minúcias dos detalhes que movem a dinâmica da vida. A verdade... aquela que se desenha na minha realidade, pode estar na brisa da madrugada que, vez por outra, sopra coisas interessantes enquanto durmo.
A aura que envolve meu coração deixa de ter o brilho fosco das jabuticabas para dar lugar a ardência silenciosa dos olhos de tamarindo. E assim ele pulsa, sem hachuras ou ranhuras, entre belezas reveladas pelos sons de músicas retiradas de um antigo baú e imagens de tantos filmes. Livre dos rabiscos que vez-em-quando fazem nublar minhas vontades.
A vida é assim: bela em suas nuances. Cheia de contrastes e variáveis que vão preenchendo nossa existência com um colorido especial, que nem desenho feito com a espontaneidade e a fluidez das tintas. Tristezas pelas partidas vão se alinhando às alegrias pelas chegadas; o novo que enche de surpresa o nosso cotidiano, às vezes tão assoberbado de idas e vindas. Um ciclo eterno de possibilidades.
Em meu coração, consigo "enxergar" o aroma delicioso dos sinais que ajudam a jogar meus medos pela janela do décimo andar. Sinais simples como o calor de um dia ensolarado cuja luz vai preenchendo devagarinho todas as frestas escuras. Que vai arrumando tudo. No seu tempo. Do jeito certo! Sinais que fazem viajar... aqui mesmo, sem sair do lugar e, ao mesmo tempo, completamente fora de órbita.
Imagem: Coração e rabiscos de Wolney Fernandes sobre obra de Pollock
A aura que envolve meu coração deixa de ter o brilho fosco das jabuticabas para dar lugar a ardência silenciosa dos olhos de tamarindo. E assim ele pulsa, sem hachuras ou ranhuras, entre belezas reveladas pelos sons de músicas retiradas de um antigo baú e imagens de tantos filmes. Livre dos rabiscos que vez-em-quando fazem nublar minhas vontades.
A vida é assim: bela em suas nuances. Cheia de contrastes e variáveis que vão preenchendo nossa existência com um colorido especial, que nem desenho feito com a espontaneidade e a fluidez das tintas. Tristezas pelas partidas vão se alinhando às alegrias pelas chegadas; o novo que enche de surpresa o nosso cotidiano, às vezes tão assoberbado de idas e vindas. Um ciclo eterno de possibilidades.
Em meu coração, consigo "enxergar" o aroma delicioso dos sinais que ajudam a jogar meus medos pela janela do décimo andar. Sinais simples como o calor de um dia ensolarado cuja luz vai preenchendo devagarinho todas as frestas escuras. Que vai arrumando tudo. No seu tempo. Do jeito certo! Sinais que fazem viajar... aqui mesmo, sem sair do lugar e, ao mesmo tempo, completamente fora de órbita.
Imagem: Coração e rabiscos de Wolney Fernandes sobre obra de Pollock
Mundo Possível
Não vou deixar essa fagulha insubstituível que arde dentro de mim nos pântanos da desesperança, do não-é-bem-isso, do ainda-não, do não-de-forma-alguma. Não quero, no futuro, que minha alma perceba a solitária frustração pela vida que eu merecia, mas que nunca fui capaz de alcançar.
O mundo que eu desejo pode ser tocado.
Ele existe.
É real...
e possível!
Imagem: Wolney Fernandes
O mundo que eu desejo pode ser tocado.
Ele existe.
É real...
e possível!
Imagem: Wolney Fernandes
Mais ou Menos?
Estou inquieto e me pergunto:
- É agora, neste instante, que eu devo decidir pra onde ir? Que eu devo acontecer? Eu sou feliz? E amanhã?
Nessa inquietude eu tento responder isso tudo de uma tacada só:
- Não quero riqueza, glória ou sabedoria máxima. Nunca me atraiu. Quero rir e, de certa forma, ter com que pagar. Quero desenhar. Não pretendo uma autobiografia e nem mesmo minhas memórias póstumas. Vida despretensiosa, sim. Um leve sorriso, uma certeza serena do mais simples. O conhecimento do elementar. Existem pessoas que enxergam a felicidade como um fim, e não como um meio – o mais importante. Há também aquelas que são felizes hoje, e se arrependem por um amanhã tão mal planejado, tão errado. Eu sigo um meio termo de dar dó, mais ou menos feliz aqui para ser mais ou menos feliz ali. Hoje e amanhã...
Foto: Wolney Fernandes
- É agora, neste instante, que eu devo decidir pra onde ir? Que eu devo acontecer? Eu sou feliz? E amanhã?
Nessa inquietude eu tento responder isso tudo de uma tacada só:
- Não quero riqueza, glória ou sabedoria máxima. Nunca me atraiu. Quero rir e, de certa forma, ter com que pagar. Quero desenhar. Não pretendo uma autobiografia e nem mesmo minhas memórias póstumas. Vida despretensiosa, sim. Um leve sorriso, uma certeza serena do mais simples. O conhecimento do elementar. Existem pessoas que enxergam a felicidade como um fim, e não como um meio – o mais importante. Há também aquelas que são felizes hoje, e se arrependem por um amanhã tão mal planejado, tão errado. Eu sigo um meio termo de dar dó, mais ou menos feliz aqui para ser mais ou menos feliz ali. Hoje e amanhã...
Foto: Wolney Fernandes
Evita
O Filme:
Evita (Evita, EUA, 1996)
Grande questão:
Quando se chega ao topo, o que permanece e o que se deixa para trás?
Detalhes preciosos:
1. O embate entre Evita e sua consciência, personificada no filme por Antônio Banderas, o Che;
2. As cenas de dança;
3. As músicas que se repetem em contextos diferenciados.
Frase:
"Então escolhi a liberdade."
Música:
Another Suitcase In Another Hall - Madonna
Cena que adoro:
"Don't Cry for me Argentina" entoada na sacada da Casa Rosada. Clique aqui para ver.
Evita (Evita, EUA, 1996)
Grande questão:
Quando se chega ao topo, o que permanece e o que se deixa para trás?
Detalhes preciosos:
1. O embate entre Evita e sua consciência, personificada no filme por Antônio Banderas, o Che;
2. As cenas de dança;
3. As músicas que se repetem em contextos diferenciados.
Frase:
"Então escolhi a liberdade."
Música:
Another Suitcase In Another Hall - Madonna
Cena que adoro:
"Don't Cry for me Argentina" entoada na sacada da Casa Rosada. Clique aqui para ver.
O Olhar
"A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo."
Rubem Alves
Imagem: Wolney Fernandes
Rubem Alves
Imagem: Wolney Fernandes
Geografias Íntimas
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Certificações Escritas
Querida Sofia,
Tá tudo meio atrasado do lado de cá. O blog saiu do ar, as atividades do mestrado recomeçaram e eu tentando achar uma fresta na persiana que mostre nesgas do sol vermelho de agosto. Acho que você não entende nada do que escrevo aqui, não é mesmo? Mas tudo o que escrevo aqui tem a ver com a minha história. Por isso vou repetir com calma: Os últimos dias foram marcados por "suspensões", pelos encontros com anjos e também pelos momentos de profundo silêncio, nem sempre percebidos.
Eu? Continuo aqui, acreditando em possíveis promessas de felicidade. Ontem mesmo escrevi isso naquele caderno gasto que você conhece tão bem. Sempre escrevo o que não digo. Na verdade, sou muito melhor escrevendo que falando. Talvez tenha a ver com as bobagens refletidas nas palavras. Pois é... escrevo também para certificar-me que não haja mais tempestades no meio da tarde, cinzas e outros tons dessa não-cor pontuando minha paisagem interna. Um desvão. No mais, tudo aqui cheira a novo. Espero que você me responda ou que, pelo menos, leia essa carta. A resposta vai surgir em pensamento, assim, como deve ser.
Um afago!
Wolney
P.S.: O mistério das coisas reside em compartilhar. Até segredo, para que assim seja, precisa do ocultamento visível, ou não existe. Portanto, abrindo as gavetas de intimidades guardadas, me deparei com uma novinha em folha para te mostrar. Mas só o farei quando a dança começar. É isso!
Imagem: Wolney Fernandes
Tá tudo meio atrasado do lado de cá. O blog saiu do ar, as atividades do mestrado recomeçaram e eu tentando achar uma fresta na persiana que mostre nesgas do sol vermelho de agosto. Acho que você não entende nada do que escrevo aqui, não é mesmo? Mas tudo o que escrevo aqui tem a ver com a minha história. Por isso vou repetir com calma: Os últimos dias foram marcados por "suspensões", pelos encontros com anjos e também pelos momentos de profundo silêncio, nem sempre percebidos.
Eu? Continuo aqui, acreditando em possíveis promessas de felicidade. Ontem mesmo escrevi isso naquele caderno gasto que você conhece tão bem. Sempre escrevo o que não digo. Na verdade, sou muito melhor escrevendo que falando. Talvez tenha a ver com as bobagens refletidas nas palavras. Pois é... escrevo também para certificar-me que não haja mais tempestades no meio da tarde, cinzas e outros tons dessa não-cor pontuando minha paisagem interna. Um desvão. No mais, tudo aqui cheira a novo. Espero que você me responda ou que, pelo menos, leia essa carta. A resposta vai surgir em pensamento, assim, como deve ser.
Um afago!
Wolney
P.S.: O mistério das coisas reside em compartilhar. Até segredo, para que assim seja, precisa do ocultamento visível, ou não existe. Portanto, abrindo as gavetas de intimidades guardadas, me deparei com uma novinha em folha para te mostrar. Mas só o farei quando a dança começar. É isso!
Imagem: Wolney Fernandes
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Desejos Desenhados
O Dia do Curinga
O que ficou carimbado em meu corpo do livro "O Dia do Curinga" de Jostein Gaarder:
1. "Deus está lá no céu e ri das pessoas que não acreditam nele."
2. "Sim, eu pareço ser o corpo do mundo."
3. "Existem cerca de cinco bilhões de pessoas neste planeta. Mas a gente acaba de apaixonando por uma pessoa determinada e não quer trocá-la por nenhuma outra."
4. "Quando a gente entende que não entende alguma coisa é que a gente está prestes a entender tudo."
5. "Quem quer entender o destino, tem de sobreviver a ele."
6. "Na Terra, a vida pulsa de forma desordenada, até que um belo dia nós somos modelados... com o mesmo e frágil material de nossos antepassados. O sopro do tempo nos perpassa, nos carrega e se incorpora a nós."
7. "Enquanto somos crianças, ainda possuímos a capacidade de experimentar intensamente o mundo à nossa volta. Com o passar do tempo, porém acabamos por nos acostumar com o mundo. Ser criança e se tornar adulto é como embebedar-se de sensações, de experiências sensoriais."
8. "Se no meio de todas as pessoas houver apenas uma que se surpreenda com a vida a cada instante e tenha a sensação, toda vez que isso acontece, de estar diante de algo fabuloso e enigmático... se apenas uma delas experimentar a vida como uma aventura fantástica... e se ele ou ela experimentar essa sensação todos os dias... ele ou ela será um curinga no baralho."
9. "Nem tudo o tempo reduz a pó. Sempre há um curinga no baralho, que atravessa os séculos fazendo seus malabarismos sem perder um dente de leite sequer."
Imagem capturada em http://www.mythinglinks.org/ct~tricksters.html
1. "Deus está lá no céu e ri das pessoas que não acreditam nele."
2. "Sim, eu pareço ser o corpo do mundo."
3. "Existem cerca de cinco bilhões de pessoas neste planeta. Mas a gente acaba de apaixonando por uma pessoa determinada e não quer trocá-la por nenhuma outra."
4. "Quando a gente entende que não entende alguma coisa é que a gente está prestes a entender tudo."
5. "Quem quer entender o destino, tem de sobreviver a ele."
6. "Na Terra, a vida pulsa de forma desordenada, até que um belo dia nós somos modelados... com o mesmo e frágil material de nossos antepassados. O sopro do tempo nos perpassa, nos carrega e se incorpora a nós."
7. "Enquanto somos crianças, ainda possuímos a capacidade de experimentar intensamente o mundo à nossa volta. Com o passar do tempo, porém acabamos por nos acostumar com o mundo. Ser criança e se tornar adulto é como embebedar-se de sensações, de experiências sensoriais."
8. "Se no meio de todas as pessoas houver apenas uma que se surpreenda com a vida a cada instante e tenha a sensação, toda vez que isso acontece, de estar diante de algo fabuloso e enigmático... se apenas uma delas experimentar a vida como uma aventura fantástica... e se ele ou ela experimentar essa sensação todos os dias... ele ou ela será um curinga no baralho."
9. "Nem tudo o tempo reduz a pó. Sempre há um curinga no baralho, que atravessa os séculos fazendo seus malabarismos sem perder um dente de leite sequer."
Imagem capturada em http://www.mythinglinks.org/ct~tricksters.html
domingo, 10 de agosto de 2008
Why so Serious?
Por conta dos tempos que a gente não entende, coincidentemente terminei de ler "O Dia do Curinga" de Jostein Gaarder no mesmo período que a figura do Curinga do filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas" ainda está fresquinha na minha cabeça.
Duas concepções de Curinga que se fundem na encruzilhada dos limites. No filme, o personagem encarnado de forma magistral por Heath Ledger, é a representação da anarquia e quer provar que todo mundo tem um limite, já ultrapassado por ele próprio.
No livro de Gaarder, a figura do Curinga surge como aquele que supera os limites impostos pelas engrenagens que movem o mundo. Alguém capaz de se surpreender. "Uma figura diferente de todas as outras (...) Alguém que sempre acreditou ver coisas estranhas, que os olhos dos outros não viam".
Na dedicatória rabiscada na primeira página do livro, presente da minha amiga Jaciara, ela conclui com um P.S. que diz assim:
P.S.: Pois eu sei que você também é um Curinga!
No meu caso, pensei, ir além dos limites é minha facilidade imensa pra digressões... minha propensão a falar em línguas estranhas, que nem eu entendo... e acreditar que posso salvar o mundo. Pelo menos o meu, que nem é tão fechado, apesar daquele mistério. Daquele segredo guardado a sete chaves.
Creio que me torno um Curinga quando sei olhar bem minha sombra e vejo fios que preciso cortar. Quando tomo as rédeas da vida, pego a bicicleta e saio dos limites da estrada para seguir por um "caminhozinho" que eu mesmo vá demarcando. Me torno um Curinga quando sinto o que tenho que sentir, quando faço o que eu quero fazer e, entre erros e acertos, vá entendendo esse grande jogo de paciência que é a vida.
É mais simples do que parece… Why so serious?
Imagem: Detalhe do Cartaz do Filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas"
Duas concepções de Curinga que se fundem na encruzilhada dos limites. No filme, o personagem encarnado de forma magistral por Heath Ledger, é a representação da anarquia e quer provar que todo mundo tem um limite, já ultrapassado por ele próprio.
No livro de Gaarder, a figura do Curinga surge como aquele que supera os limites impostos pelas engrenagens que movem o mundo. Alguém capaz de se surpreender. "Uma figura diferente de todas as outras (...) Alguém que sempre acreditou ver coisas estranhas, que os olhos dos outros não viam".
Na dedicatória rabiscada na primeira página do livro, presente da minha amiga Jaciara, ela conclui com um P.S. que diz assim:
P.S.: Pois eu sei que você também é um Curinga!
No meu caso, pensei, ir além dos limites é minha facilidade imensa pra digressões... minha propensão a falar em línguas estranhas, que nem eu entendo... e acreditar que posso salvar o mundo. Pelo menos o meu, que nem é tão fechado, apesar daquele mistério. Daquele segredo guardado a sete chaves.
Creio que me torno um Curinga quando sei olhar bem minha sombra e vejo fios que preciso cortar. Quando tomo as rédeas da vida, pego a bicicleta e saio dos limites da estrada para seguir por um "caminhozinho" que eu mesmo vá demarcando. Me torno um Curinga quando sinto o que tenho que sentir, quando faço o que eu quero fazer e, entre erros e acertos, vá entendendo esse grande jogo de paciência que é a vida.
É mais simples do que parece… Why so serious?
Imagem: Detalhe do Cartaz do Filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas"
Na Terra do Sempre
235 textos/imagens e 13 meses depois estou de volta ao presente. O blog ficou algumas semanas fora do ar. Fato que é melhor não tentar entender. Nesse tempo, ao reorganizar as postagens, acabei compreendendo que aqui neste espaço virtual posso viajar no tempo e na imaginação, inverter a lógica, acrescentar, suprimir... Entrar novamente na Terra do Nunca, na Terra do Sempre... Não é que não queira crescer, mas a vida é tão mais bela vista com olhos de criança! Desse modo, vou desvendando meus sonhos, minhas ansiedades, meus medos e alegrias.
Bom de arrumar tudo de novo foi descobrir também novas possibilidades, como por exemplo, o espaço para inserir a enquete iniciada em Lagolândia. Agora todo mundo pode votar em algumas das "Doces Questões". É só clicar em umas das opções no lado direito do blog.
Tou animado como nunca estive antes! Gosto desta aventura de fazer o meu mundo particular tocar outros mundos espalhados por aí. E vamos que vamos!
Imagem: Wolney Fernandes
Bom de arrumar tudo de novo foi descobrir também novas possibilidades, como por exemplo, o espaço para inserir a enquete iniciada em Lagolândia. Agora todo mundo pode votar em algumas das "Doces Questões". É só clicar em umas das opções no lado direito do blog.
Tou animado como nunca estive antes! Gosto desta aventura de fazer o meu mundo particular tocar outros mundos espalhados por aí. E vamos que vamos!
Imagem: Wolney Fernandes
sábado, 9 de agosto de 2008
Organizações Musicais
Uma playlist novinha só para arrumar e organizar as tantas músicas do meu computador:
01. Sailed On - Landon Pigg
02. Paisagem da Janela - Flávio Venturini
03. The Heart of The Matter - Renato Russo
04. Lay All Your Love On Me - Abba
05. Até o fim - Engenheiros do Hawaí
06. La cienega just smiled - Ryan Adams
07. Ruas de Outono - Ana Carolina
08. Alone - Celine Dion
09. Moço Bonito - Carla Adduci
10. High and Low - Greg Laswell
25 de Julho de 2008
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/index.php
01. Sailed On - Landon Pigg
02. Paisagem da Janela - Flávio Venturini
03. The Heart of The Matter - Renato Russo
04. Lay All Your Love On Me - Abba
05. Até o fim - Engenheiros do Hawaí
06. La cienega just smiled - Ryan Adams
07. Ruas de Outono - Ana Carolina
08. Alone - Celine Dion
09. Moço Bonito - Carla Adduci
10. High and Low - Greg Laswell
25 de Julho de 2008
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/index.php
Bendita Carta
Amanheci com vontade de escrever carta (mais do que de receber). Mas não queria escrever carta pra ninguém muito íntimo. Minha vontade era que o destinatário fosse só um conhecido. Matutei por um tempo e de repente Deus me pareceu uma escolha óbvia.
Entre tantos questionamentos que eu me faço, achei que seria uma boa hora pra esclarecê-los. Então lá estava eu, pronto para ter uma conversa de criatura para criador. Imediatamente peguei lápis e papel – nada de computador desta vez (com Ele tudo tem que soar da forma mais natural possível) – e comecei a escrever (com perdão do trocadilho) a bendita cartinha, a primeira para um destinatário tão influente.
Exercitando o lado b de uma descrença crônica e fazendo uso de minha letra rebuscada, em poucas palavras expliquei tudo o que eu amava e tudo o que eu odiava em sua criação. Entre reclamações e elogios, preferi deixar as grandes questões existenciais de lado. Não iria aborrecê-lo com isso (Ele nunca responderia mesmo). No lugar do trivial, agradeci por eu ser quem eu sou, por gostar de desenhar, mas reclamei por não tê-lo conhecido melhor antes. Quis saber se algum dia eu chegarei a tocar algum instrumento (violão não vale!). Perguntei também porque os meus temores são como são e se as pessoas que representam o/s meu/s objetos de desejos se empolgariam se eu lhes escrevesse uma carta também. Em uma pequena observação mandei um forte abraço ao seu Filho mais ilustre e, por fim, ainda sobrou tempo para uma última pergunta: “O Demônio existe?”.
Dobrei o papel cuidadosamente e guardei-o dentro do envelope onde escrevi “Para Deus – Endereço: Céu”. Achei que isso bastaria. Quanto ao remetente, preferi deixar em branco, afinal ele é onisciente. A única dúvida era como eu faria para que a carta chegasse até sua caixa postal. Não queria passar por ridículo entrando em uma agência de correios e, mesmo que fosse possível, sairia muito dispendioso. Imagine quantos selos seriam necessários para que a carta fosse entregue em seu destino?
Foi aí eu tive uma idéia. Achei por bem queimar a carta. É claro que todas as letras se transformariam em fumaça e chegariam até Ele. E assim foi feito. Queimei-a ao ar livre e a fumaça subiu calmamente em direção do céu (como uma oferta de incenso). A carta queimou por completo não restou nem mesmo uma cinzinha básica. Tudo virou fumaça, dissipando-se pro alto.Duvido que Deus não tenha recebido minha carta. Agora eu continuo por aqui, a espera de uma resposta.
25 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Entre tantos questionamentos que eu me faço, achei que seria uma boa hora pra esclarecê-los. Então lá estava eu, pronto para ter uma conversa de criatura para criador. Imediatamente peguei lápis e papel – nada de computador desta vez (com Ele tudo tem que soar da forma mais natural possível) – e comecei a escrever (com perdão do trocadilho) a bendita cartinha, a primeira para um destinatário tão influente.
Exercitando o lado b de uma descrença crônica e fazendo uso de minha letra rebuscada, em poucas palavras expliquei tudo o que eu amava e tudo o que eu odiava em sua criação. Entre reclamações e elogios, preferi deixar as grandes questões existenciais de lado. Não iria aborrecê-lo com isso (Ele nunca responderia mesmo). No lugar do trivial, agradeci por eu ser quem eu sou, por gostar de desenhar, mas reclamei por não tê-lo conhecido melhor antes. Quis saber se algum dia eu chegarei a tocar algum instrumento (violão não vale!). Perguntei também porque os meus temores são como são e se as pessoas que representam o/s meu/s objetos de desejos se empolgariam se eu lhes escrevesse uma carta também. Em uma pequena observação mandei um forte abraço ao seu Filho mais ilustre e, por fim, ainda sobrou tempo para uma última pergunta: “O Demônio existe?”.
Dobrei o papel cuidadosamente e guardei-o dentro do envelope onde escrevi “Para Deus – Endereço: Céu”. Achei que isso bastaria. Quanto ao remetente, preferi deixar em branco, afinal ele é onisciente. A única dúvida era como eu faria para que a carta chegasse até sua caixa postal. Não queria passar por ridículo entrando em uma agência de correios e, mesmo que fosse possível, sairia muito dispendioso. Imagine quantos selos seriam necessários para que a carta fosse entregue em seu destino?
Foi aí eu tive uma idéia. Achei por bem queimar a carta. É claro que todas as letras se transformariam em fumaça e chegariam até Ele. E assim foi feito. Queimei-a ao ar livre e a fumaça subiu calmamente em direção do céu (como uma oferta de incenso). A carta queimou por completo não restou nem mesmo uma cinzinha básica. Tudo virou fumaça, dissipando-se pro alto.Duvido que Deus não tenha recebido minha carta. Agora eu continuo por aqui, a espera de uma resposta.
25 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Dinâmica da Vida
"É interessante como a vida parece ter vida própria!"
Do filme "O Sonho de Cassandra" de Woody Allen.
Imagem capturada em http://atequeemfimachou.blogspot.com/2008/03/o-sonho-de-cassandra-2008.html
Do filme "O Sonho de Cassandra" de Woody Allen.
Imagem capturada em http://atequeemfimachou.blogspot.com/2008/03/o-sonho-de-cassandra-2008.html
Doces Questões
As questões que seguem foram levantadas por ocasião da Festa dos Doces em Lagolândia. Marque apenas uma das alternativas:
- Para viver um grande amor é preciso:
( ) Frio na barriga
( ) Segurança e estabilidade
( ) Ensinar o/a outro/a a pescar
- Liberdade é:
( ) Procurar alguém
( ) Esperar ser encontrado
( ) Fazer simpatia em torno da Gameleira para arranjar casamento
- Privacidade nos dias de hoje é:
( ) Bloquear suas fotos e recados no Orkut
( ) Não colocar nada no Orkut que não possa ser visto ou lido
( ) Não ter Orkut oficial (só um falso)
- O refrão da música "Quem vai dizer tchau" do Nando Reis:
( ) Fala em tornar o amor real no encontro
( ) Fala em tornar o amor real na despedida
( ) O que o Nando Reis escreve não tem a mínima importância
- Aproveitar a festa é:
( ) Dançar música-raiz ao vivo, de graça e ao ar livre
( ) Dançar música eletrônica, pagar por isso e se acabar no salão
( ) Flertar na praça sem querer dançar nem lá e nem cá
- Que fila enfrentar primeiro?
( ) Do almoço ("Num gosto de Doce!")
( ) Dos doces
( ) Do banheiro
24 de Julho de 2008
- Para viver um grande amor é preciso:
( ) Frio na barriga
( ) Segurança e estabilidade
( ) Ensinar o/a outro/a a pescar
- Liberdade é:
( ) Procurar alguém
( ) Esperar ser encontrado
( ) Fazer simpatia em torno da Gameleira para arranjar casamento
- Privacidade nos dias de hoje é:
( ) Bloquear suas fotos e recados no Orkut
( ) Não colocar nada no Orkut que não possa ser visto ou lido
( ) Não ter Orkut oficial (só um falso)
- O refrão da música "Quem vai dizer tchau" do Nando Reis:
( ) Fala em tornar o amor real no encontro
( ) Fala em tornar o amor real na despedida
( ) O que o Nando Reis escreve não tem a mínima importância
- Aproveitar a festa é:
( ) Dançar música-raiz ao vivo, de graça e ao ar livre
( ) Dançar música eletrônica, pagar por isso e se acabar no salão
( ) Flertar na praça sem querer dançar nem lá e nem cá
- Que fila enfrentar primeiro?
( ) Do almoço ("Num gosto de Doce!")
( ) Dos doces
( ) Do banheiro
24 de Julho de 2008
Esboços
Ando vagando entre virtualidades e realidades. Sonhando com movimentos corporais e a quietude da alma. Com um pé no chão e outro nas nuvens. Encolhido entre o frio do Sul e o calor do Centro-Oeste. Entre premissas e angústias. Entre sonhos e realidades.
Agora em mim, as palavras ausentes vestem-se de imagens freqüentes. Vamos ver no que este esboço vai se transformar.
23 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Agora em mim, as palavras ausentes vestem-se de imagens freqüentes. Vamos ver no que este esboço vai se transformar.
23 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Minhas Mentiras
Sim, a cada dia surge uma nova coleção de mentiras. As piores são aquelas que conto pra mim mesmo antes de dormir. Cochicho no escuro, dizendo que posso ser feliz assim. Que posso mudar isso e aquilo e tento me convencer que posso viver com meus pecados. Não é uma insônia. É algo que merece bem mais que um texto para ser explicado. Coisas das quais eu nunca estou disposto a falar. Um erro da minha alma? Pode ser, mas prefiro chamar de inquietação.
Decididamente meu cacoete é a autodestruição pela resignação. Sou um fraco. Estou cansado de transpirar positivismo e perseverança enquando corre em minhas veias a tristeza, o medo, a raiva... E isso não pode ser bom. Não em momentos como esse.
Meus pensamentos andam muito rebeldes e avançados para o ritmo e condição quase convencional que venho tentando sustentar. "Tentando" é ótimo e péssimo. Mas é assim mesmo que me sinto: pensando e escrevendo coisas que jamais faria, dizendo coisas que jamais diria. Ando incontrolável! Mas em uma proporção decepcionante. É uma ansiedade tão angustiante que mal tenho conseguido dormir... Preciso encontrar o meu equilíbrio, apesar de estar gostando um pouco dessa fase “out of track”.
Enquanto isso, continuo aqui com minhas mentiras. Sim, todas as noites, antes de cair no sono, minto pra mim mesmo, na esperança louca de que, quando amanhecer, seja tudo verdade.
23 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Decididamente meu cacoete é a autodestruição pela resignação. Sou um fraco. Estou cansado de transpirar positivismo e perseverança enquando corre em minhas veias a tristeza, o medo, a raiva... E isso não pode ser bom. Não em momentos como esse.
Meus pensamentos andam muito rebeldes e avançados para o ritmo e condição quase convencional que venho tentando sustentar. "Tentando" é ótimo e péssimo. Mas é assim mesmo que me sinto: pensando e escrevendo coisas que jamais faria, dizendo coisas que jamais diria. Ando incontrolável! Mas em uma proporção decepcionante. É uma ansiedade tão angustiante que mal tenho conseguido dormir... Preciso encontrar o meu equilíbrio, apesar de estar gostando um pouco dessa fase “out of track”.
Enquanto isso, continuo aqui com minhas mentiras. Sim, todas as noites, antes de cair no sono, minto pra mim mesmo, na esperança louca de que, quando amanhecer, seja tudo verdade.
23 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Engenharias e Trapaças
Mulher-Maravilha
Rima de Primeira Comunhão
Subject: saudade
Palavras verdadeiras, escritas, não ditas, ressoam na minha cabeça e apertam o meu coração:
----- Original Message -----From: "sabrina oliveira" <sabil@hotmail.com>To: <wfo@terra.com.br>Sent: Tuesday, March 07, 2006 2:02 PMSubject: saudade>saudade> saudade de você> do seu jeito de menino> do seu olhar sem amor> do seu sorriso amigo> do seu beijo sem ardor> saudade de você> de sua pressa constante> de sua ira repentina> da sua fossa coberta> da sua magia dominante> saudade de você> de sua indiferença> do seu individualismo> da sua presença incostante> do seu realismo> da sua hora marcada> dos seus sonhos brilhantes> saudades de você> do seu abraço apertado> do seu corpo contra o meu> de um momento só nosso> do menino escondido atraz do escudo> de tudo que é você...> > > saudade
sabrina>abraço forte
14 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
----- Original Message -----From: "sabrina oliveira" <sabil@hotmail.com>To: <wfo@terra.com.br>Sent: Tuesday, March 07, 2006 2:02 PMSubject: saudade>saudade> saudade de você> do seu jeito de menino> do seu olhar sem amor> do seu sorriso amigo> do seu beijo sem ardor> saudade de você> de sua pressa constante> de sua ira repentina> da sua fossa coberta> da sua magia dominante> saudade de você> de sua indiferença> do seu individualismo> da sua presença incostante> do seu realismo> da sua hora marcada> dos seus sonhos brilhantes> saudades de você> do seu abraço apertado> do seu corpo contra o meu> de um momento só nosso> do menino escondido atraz do escudo> de tudo que é você...> > > saudade
sabrina>abraço forte
14 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
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